Reforçar o Partido<br>nas empresas
Cerca de 80 pessoas participaram, no sábado, 13, numa reunião promovida pela Direcção da Organização Regional do Porto com o objectivo de discutir o reforço da organização e intervenção do Partido nas empresas e locais de trabalho do distrito. A reunião contou com a presença de Jaime Toga, membro da Comissão Política do Comité Central, que na intervenção de abertura do debate fez o enquadramento dos seus objectivos: aprofundar a discussão sobre a organização e intervenção do Partido nas empresas e locais de trabalho; tomar as medidas necessárias para «desenvolver um trabalho de grande exigência e persistência, muitas vezes de permanente construção e reconstrução da organização do Partido».
Segundo o responsável pela Organização Regional do Porto, as medidas concretas a tomar são necessariamente diversas, porque não existe uma «receita única» para que o Partido crie novas células ou reforce as já existentes. Assim, acrescentou, é preciso «atender às condições concretas», à «realidade do Partido e do mundo do trabalho que temos hoje no distrito». O conteúdo das intervenções que se seguiram comprovou isso mesmo: em muitos casos, os militantes presentes, ao usarem da palavra para se referirem às células e às lutas das suas empresas, mostraram precisamente que existem grandes possibilidades de avanço no trabalho do Partido nesta que é uma frente estratégica e prioritária.
Alguns dos oradores eram provenientes de empresas em que a célula do Partido foi recentemente reestabelecida, graças a um esforço paciente de construção da organização: foram os casos, entre outros, da Efacec ou do Aeroporto do Porto. Em contraste com estes casos, noutras intervenções foram dadas a conhecer experiências do trabalho de organização do Partido bem diferentes, de que são exemplo o recente recrutamento na Recolte, em parte porque a CDU interveio prontamente em defesa dos direitos dos trabalhadores daquela empresa que presta serviços à Câmara Municipal do Porto.
Muitas outras intervenções marcaram a reunião de quadros: as de dois jovens trabalhadores de call-center, que prestaram testemunhos muito vivos das dificuldades que enfrentam enquanto trabalhadores e, simultaneamente, da importância da luta organizada enquanto caminho para melhorar as suas condições de trabalho; a de uma trabalhadora da área do espectáculo, que de uma forma pungente abordou questões específicas dessa área laboral, marcada pela extrema precariedade. Todas elas permitiram concluir da importância que tem para o Partido clarificar e afirmar, em particular no momento actual, as linhas gerais para a intervenção e organização nas empresas e locais de trabalho.